terça-feira, fevereiro 08, 2005

06 de Fevereiro de 2005

Em cada jornada, um líder novo. Parece ser este o mote desta edição da Superliga, pois cinco dias após o Braga ter ascendido à liderança, e no abrir da 20ª jornada, foi apeado dessa mesma posição ao perder por 1-0 com o velho rival Vitória de Guimarães, num tremendo frango de Paulo Santos, e onde os bracarenses clamam um penalty que ficou por marcar nos instantes finais da partida, numa bola disputada entre Paulo Sérgio e Flávio Meireles, onde o árbitro afirmou que "se provarem que é mesmo penalty, deixo o futebol". Manuel Machado, que acabou por voltar atrás com a sua decisão de deixar o cargo de treinador dos vimaranenses, considerou justa a vitória dos seus pupilos, enquanto Jesualdo Ferreira deu os parabéns à sua equipa e afirmou que "o Braga jogou mais que o adversário".
Ora, tal resultado abriu as possibilidades aos três grandes de se assenhorarem do primeiro posto, e tal oportunidade não foi enjeitada pelo FC Porto, que foi à Linha bater o Estoril por 2-1, com um grande golo de Bosingwa, a deixar quatro adversários para trás, e uma benesse de Yannick, a oferecer o segundo golo a Quaresma. Uma mão de Costinha daria a oportunidade aos canarinhos de reduzir o marcador e a manter a incerteza do resultado até ao final dum encontro de fraca qualidade, mas que serviu para José Couceiro, o novo treinador dos dragões, se estrear com uma vitória no comando da equipa, ele que começa a acreditar que será o clube das Antas a festejar o título em Maio. Do outro lado, Litos lamentou-se por a sua equipa ter dado 25 minutos de avanço aos campeões europeus e que a sua equipa jogou relativamente bem mas não foi capaz de pontuar.
No domingo jogariam os outros dois grandes, com tarefas bem diferentes: se o Benfica tinha uma tarefa aparentemente fácil, ao receber o lanterna vermelha, os comandados de José Peseiro iam à Madeira defrontar um Marítimo em alta, e que na primeira volta havia infligido a única derrota caseira ao leão. O Benfica venceu com naturalidade a Académica por 3-0, com um golo de cabeça de Geovanni (!) e dois grandes golos de Simão. Sem fazer um jogo de encher o olho, os encarnados jogaram o suficiente para bater uma Académica que mostrou que não tem equipa para esta Superliga: reforçou-se muito, tem jogadores que ontem deram um cheirinho de ter em algum valor, mas não tem equipa. Apesar disso, Nelo Vingada recusa dar-se por vencido e ainda acredita que a manutenção é possível. Do lado dos encarnados, Trapattoni sente a equipa confiante e, para ele, o segundo tempo foi melhor que o primeiro, pois com o primeiro golo a Académica abriu-se mais e o Benfica conseguiu mais espaços para jogar.
Ao invés, no Caldeirão dos Barreiros, o Marítimo voltou a mostrar porque está a realizar um campeonato espectacular, e a prova disso foram os 3-0 que infligiu ao Sporting, que mais uma vez voltou a ser uma sombra de si mesmo, cometeu erros atrás de erros e não conseguiu impor o seu jogo, mesmo quando estava a jogar contra dez, por expulsão de Pena. Pena esse que já havia marcado um golo, sendo os outros dois da autoria de Alan, de penalty (a castigar puxão de Polga - que devia ter sido expulso neste lance - a Bibishikov) e de Bibishikov. José Peseiro achou a derrota da sua equipa pesada, mas justa, e afirmou que a partir do 0-1 a sua equipa "perdeu consistência e ficámos expostos ao contra-ataque do adversário". Mariano Barreto, por seu lado, ficou satisfeito com o resultado e a exibição, está confiante que a equipa irá garantir um lugar na Taça UEFA. Aproveitou ainda para mandar críticas à arbitragem - "Não falo só disso quando perco..." - e a algumas pessoas que lhe têm movido "uma perseguição xenófoba".
Segunda feira, o Boavista teve a hipótese de se juntar a Porto e Benfica no comando da Superliga, porém não conseguiu melhor que um nulo no Bonfim, ante o Vitória de Setúbal. E os comandados de Jaime Pacheco podem-se dar por satisfeitos por terem amealhado um ponto, pois os sadinos, que estrearam José Rachão como técnico, dispuseram das melhores oportunidades e apenas a pontaria desafinada de Jorginho e Bruno Moraes impediu a vitória do Vitória. No final do jogo, asmbos os treinadores estavam de acordo: a haver um vencedor, teria de ser o Setúbal.
No resto dos resultados, no sábado a União de Leiria bateu o Belenenses por 1-0, num jogo em que (mais uma vez...) Carlos Carvalhal se voltou a insurgir contra as arbitragens e a afirmar que está triste com o futebol. Rui Vieira, adjunto de Vitor Pontes, crê que o resultado não merece contestação e que, em termos de arbitragens, "nunca são perfeitas". O Rio Ave bateu o Penafiel por 1-0, num jogo em que foi mais forte e que teve as melhores ocasiões para marcar, embora não tenha sido um espectáculo por aí além, como fizeram questão de frisar ambos os técnicos. Carlos Brito salientou o facto de bater um adversário directo pela manutenção, que continua a ser o seu principal objectivo. Ao invés, Luís Castro afirmou que o empate seria justo pelo que a sua equipa produziu. Passando para os jogos de domingo, o Gil Vicente acentuou a crise do Beira-Mar ao bater os aveirenses por 2-0, que voltaram a não se encontrar e a não encontrar a equipa que bateu o Benfica em pleno Estádio da Luz. Ulisses Morais ficou satisfeito pelos três pontos alcançados, mas não entrou em euforia pelo facto da sua equipa ter deixado os lugares de despromoção. Luís Campos não compareceu na sala de imprensa dum clube que treinou até Outubro último, mas delegou as rersponsabilidades de comentar a partida no adjunto António Ribeiro, que até ao 0-1 conseguiram equilibrar a partida, mas com o golo sofrido e a expulsão de Tininho as coisas complicaram-se. Finalmente, Outro dos aflitos, o Moreirense, deslocou-se à Madeira e foi copiosamente derrotado pelo Nacional por 4-1, na segunda vitória consecutiva de João Carlos Pereira desde que tomou as rédeas do conjunto madeirense. O técnico nacionalista considerou o resultado justo para a sua equipa, talvez pesado para o adversário, mas que na segunda parte, quando os cónegos fizeram o 3-1 poderiam ter desequilibrado caso fizessem o segundo golo. Vitor Oliveira, por seu turno, considerou que a sua equipa cometeu erros e que pagaram caro por isso.
Fazendo o resumo, Porto e Benfica ascendem à liderança da Superliga, Braga cai para o terceiro lugar e Sporting para o quarto, onde tem agora a companhia do Boavista, e começam a ser ameaçados por Marítimo e Rio Ave. No extremo oposto da tabela, nada de novo. Moreirense, Beira-Mar e Académica perderam os respectivos jogos e começam a ver pairar sobre si o espectro da descida.

Na Liga de Honra, Paços de Ferreira e Estrela da Amadora venceram os seus compromissos por 2-1, contra Aves e Gondomar, respectivamente, e continuam em primeiro e segundo, mas desta vez, com maior distância em relação ao terceiro classificado, visto que o Marco perdeu no último minuto frente ao aflito Chaves, não conseguindo aproveitar o deslize da Naval, que empatou em casa frente ao Olhanense. De resto, o Santa Clara bateu o Varzim por 3-0 e saltou para cima da linha de água, colocando em má situação o Espinho, que esteve a perder por 2-0 em Portimão e apenas conseguiu empatar no tempo extra dos descontos. O Felgueiras foi a Leixões arrancar um empate a 2 bolas e Diamantino demitiu-se do comando técnico, alegando quatro meses de salários em atraso.
Paços de Ferreira vai na frente, com o Estrela da Amadora a dois pontos e o Marco já a cinco. No fundo da tabela, Espinho cai para antepenúltimmo lugar, com o Felgueiras abaixo de si, e, cada vez mais último, o Alverca.

Na 2ª Divisão B, Zona Norte, o Vizela empatou (1-1) no terreno do Dragões Sandinenses e viu o Infesta reduzir a desvantagem para o líder para cinco pontos, após ir também a Gaia bater o Vilanovense por 2-1. Vilanovense esse caíu para o penúltimo lugar por troca com o Valenciano (vitoriaem casa do Pedras Rubras) e com o União de Lamas (bateu o Trofense por 1-0) e se aproximam do clube da Trofa. Cada vez mais condenado, o Salgueiros perdeu com o Paredes por 1-0. Na Zona Centro, O Mafra empatou em casa com o Torreense (0-0) e agora tem apenas um ponto de vantagem para o Tourizense, que se desembaraçõu do Pampilhosa por 2-0. O Covilhã perdeu uma grande oportunidade se se aproximar também do líder, ao perder (2-3) em Esmoriz. Na luta pela manutenção, o Caldas bateu o Pombal por 1-0, entregando a lanterna vermelha ao Vilafranquense (0-1 na recepção ao Ol. Bairro), mas ainda assim a seis pontos da linha de água. Por fim, na Zona Sul, o Pinhalnovense perdeu na deslocação ao reduto do Olivais e Moscavide por 1-0, mas o Barreirense apenas conseguiu o empate a um ao receber o Portosantense, resultado suficiente, porém, para ascender ao primeiro lugar, embora em parceria com o clube do Pinhal Novo. Com tais resultados, União, Camacha, Operário, Casa Pia, Oriental e Lusitânia estão bem próximos do lugar de topo que dá acesso à Liga de Honra. No fundo da tabela, o Vasco da Gama arrecadou três importantes pontos ns recepção ao Micaelense (2-1) e entregou a lanterna vermelha ao Amora, que perdeu contra o Oriental por 2-1 e vê a sua situação cada vez pior.

Na 3ª Divisão, na série A a Oliveirense pedeu em Mirandela por 0-1 e foi alcançada pelo Sandinenses, na série B o Lordelo empatou em Moncorvo e viu o Famalicão aproximar-se, na série C o Nelas perdeu frente ao Gafanha por 0-1, na série D Portomosense e Marinhense ganharam os respectivos encontros e já têm alguma vantagem, na série E o Benfica B goleou o At. Malveira por 4-1 e começa a sonhar com a subida de divisão, na série F o Silves empatou com o Beja a um e viu aproximar-se o Imortal, que foi ao Seixal buscar três pontos, e na série Açores, a uma jornada do fim da primeira fase, apenas Angrense e Praiense não asseguraram o seu destino.